sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bobos somos nós.




Não é de hoje que sabemos que maior Corte Judiciária do país, o STF (Supremo Tribunal Federal) é um Tribunal composto por brasileiros de notável saber jurídico, indicados pelo presidente da república. Apenas para registrar, Lula, no decorrer de seus dois mandatos, nomeou 07 dos 11 ministros que atualmente compõem o Supremo.
Tragicamente, em 1º de setembro, um dos ministros, também indicado por Lula, Carlos Alberto Direito, veio a falecer, abrindo sua vaga na última e mais importante instância do Poder Judiciário do Brasil.
Nosso presidente, já fez a escolha da pessoa que irá ocupar essa tão importante cadeira, José Antonio Dias Toffoli, atual Advogado-Geral da União. Até ai tudo bem. Acontece que o mundo jurídico e político levam essa indicação como um processo formal, apenas para cumprir tabela, eis que as pessoas indicadas geralmente têm vasto currículo e conduta exemplar (ilibada), aliás, outro requisito para assunção do cargo.
Entretanto, essa indicação do presidente Lula, ainda dará muito que falar, tendo em vista que seu escolhido não tem um currículo exemplar, sequer tem mestrado e, ainda por cima, já foi veiculada matéria na revista VEJA que ele teria sido condenado em primeiro grau a devolver 700 mil reais – que teriam sido recebidos “indevidamente e imoralmente” por contratos “absolutamente ilegais” entre seu escritório e o governo do Amapá. Dessa decisão ainda cabe recurso.
Ademais, a maior marca positiva de seu currículo é ter sido advogado do PT nacional. Resta para nós, saber qual vai ser o destino de Toffoli, eis que até hoje nunca o Senado Federal rejeitou uma indicação presidencial na “sabatina” que realiza com o indicado a vaga. Não se surpreendam, penso que o réu vira ministro. Preocupado com isso? Bobos somos nós.

Filha do Lula


Ta lido o bilhete, como diz o velho e bom gaudério. Dilma Rousseff não vence as eleições presidências em 2010. Do mesmo jeito que a nossa governadora não será reeleita aqui, isso sem mencionar que seu último brilho foi ao fingir que não se queimou/assustou ascendendo à chama crioula. Ademais, já sabemos que a briga aqui no Estado ficará entre os candidatos do PT e PMDB, devido a enorme crise aberta pela oposição nos últimos dias. De mais a mais, isso é assunto para o mês que vem.
O que restou mesmo em evidência nessa semana foi a pesquisa realizada pelo Ibope que demonstra (hoje) a larga vantagem de José Serra sobre Dilma. Se o segundo turno da eleição fosse hoje, teríamos uma vantagem inacreditável de 42 pontos percentuais, mais especificamente 71 a 29, diferença esta nunca alcançada em uma eleição real.
Claro que, falar hipoteticamente, analisando números, prever resultados é fácil demais. Todavia, a história nos ensina que em política não se deve ser amador, devemos sempre analisar os dados científicos, quanto mais, de um Instituto como o Ibope.
Apenas para se ter uma idéia de como a coisa é séria, na simulação do primeiro turno, Dilma também fica atrás de Ciro Gomes. Inimaginável. Entretanto, ai está à prova, para todos os navegantes que pensam que é fácil transferir votos. Não é.
Se a eleição fosse hoje, não tenho dúvidas que Lula seria nosso presidente mais uma vez. Agora analisem a situação de sua candidata. Deplorável. Nem mesmo o título de mãe do PAC ou dos BOLSAS ou dos VALES, são capazes de torná-la competitiva eleitoralmente. Carisma não é transferível. Lógico que Luis Inácio não vai deixar assim. Parafraseando o presidente do Ibope, penso que vamos ter mais uma filha do Lula.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Poucas vergonhas.



Democracia: governo do povo; soberania popular. Doutrina ou regime político baseado na distribuição equitativa do poder. República: forma de governo em que um ou vários indivíduos eleitos pelo povo exercem o poder supremo por tempo determinado. Presidencialismo: regime político em que o chefe do governo é o presidente da República, mantendo-se a independência e a harmonia do executivo, do legislativo e do judiciário.
Conceitos bonitos no papel. Em tese, tudo funciona bem. Pena a realidade ser chocante e vergonhosa, para qualquer cidadão que olha um pouco além do horizonte. Não é difícil perceber que essa roda não gira como deveria. Qualquer um sabe que o poder não emana do povo, mais sim de um “povo” dominante, que financia campanhas eleitorais e o próprio Diabo.
Também, de fácil constatação, é o fato de que não existe uma harmonia e independência entre os três poderes, basta ver o pé de guerra travado entre o Governo Federal, Senado e STF, para dizer o mínimo, mas isso são freios e contra pesos, não é mesmo? A única coisa que parece estar certa é o fato de que o presidente e vários indivíduos eleitos exercem o poder supremo. Isso é verdade, basta visitar Brasília.
Depois quando falam que o voto é uma arma, ninguém entende. Não precisamos de um caçador de marajás, todos nós temos uma arma fatal, o problema é saber usar. Agora o pior. Todos que no passado sabiam, pelo menos, construir grupos organizados de resistência à corrupção e desigualdade, hoje estão girando juntos nessa enorme roda descontrolada. Não da para admirar a maioria das atitudes do MST, da UNE, centrais sindicais, sem teto, e etc, mas respeitávamos sua corarem de se insurgir contra a corrupção e desigualdades. Hoje, nem isso acontece, pois se tem que pagar, com o nosso dinheiro e de investidores internacionais, para laranjas participarem de protestos, invadirem fazendas e ao mesmo tempo se calarem diante de tantas poucas vergonhas

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Perto de Deus




Não aprecio ficar compartilhando leituras na coluna. Mas ao ler o livro Pra começo de conversa – Crônicas santa-marienses, escrito por Tânia Lopes, Orlando Fonseca, Athos Ronaldo Miralha da Cunha e Antônio Cândido de Azambuja Ribeiro, não tenho como não compartilhar um fragmento de um conto de Tânia, chamado De picolés e sorvetes, para reflexão de todos nós.“Vendo, na TV, essa história contada novamente, lembrei de outra que ouvi de uma amiga que, conta histórias alegres e tristes, enquanto embeleza suas freguesas. Suas memórias juntam-se com dolorosos fatos vividos...Ela contou que, uma vez, num dos tantos dias que andava de um lado para outro em busca da cura de um mal grave em seu filho, ao sair dum laboratório onde fora retirar exames preparatórios para a cirurgia do menino, passaram por uma criança comendo um sorvete daqueles em que se equilibram três bolas coloridas. O menino seguiu-os com os olhos desejosos e falou:-Mãe, me da um sorvete!Ela olhou o único dinheiro que tinha, fez as contas de cabeça e viu que não dava. Precisava pagar duas passagens de ônibus para voltar para casa, que era bem longe. Com a voz embargada, ela falou:_Aí eu perguntei para ele: - Serve um picolé? – Ele fez que sim com a cabeça e eu comprei. Ele foi chupando como se dele pudesse tirar um pouco mais da vida que lhe fugia, pelo coração fraquinho. Isso foi poucos dias antes dele morrer na cirurgia...E completou a mãe saudosa e dolorida pela lembrança:-Ainda lembro que não tive dinheiro pra lhe comprar sorvete...São dores que marcam a ferro e fogo, mas que, de alguma maneira, fazem a alma chegar mais perto de Deus”.

Realidade antiga




A família é uma das instituições mais antigas do planeta. Pode-se afirmar que sua constituição e comportamento é igualmente antigo e conservador. Mas nos últimos anos, a entidade família esteve e está passando por uma transformação. Hoje, no século XXI, não existe mais só aquela família tradicional, constituída por um pai (sexo masculino) e uma mãe (sexo feminino), casados, vivendo no mesmo lar, com seus filhos biológicos, sendo o pai, provedor econômico e a mãe encarregada dos cuidados domésticos. Existe também a família constituída por homossexuais, pais separados, etc. Essa é nossa realidade.A família é constituída pela afetividade, unida por laços mais amplos de liberdade, consolidadas na colaboração, na igualdade, no afeto, no humanismo e na solidariedade, sem a hierarquia ou os rigores de gênero, sendo que nosso sistema jurídico, bem como a jurisprudência do país avançam, aos poucos, para abarcar essa nova família no direito brasileiro, eis que nossas leis estão anos luz atrasadas em regulamentar essas novas formas de agrupamento, fazendo com que, muitas vezes, essas pessoas ligadas por laços de ternura vivam na clandestinidade social. Depreende-se da analise da Constituição de 1988, que o reconhecimento da união estável, da formação da entidade familiar por qualquer um dos pais ou seus descendentes, estão presentes na Carta da República, além de trazer a igualdade do homem e da mulher, superando a família tradicional e a ideia da submissão feminina presente até pouco tempo. Mas nem mesmo nossa Lex Master admite a família homossexual. Está na hora dos legisladores abrirem os olhos para essa realidade antiga.

Estelionato da fé




Estelionato da fé
A cada dia parece que afundamos em corrupção. Sempre foi assim, desde o início da República do Pau-Brasil, mas agora em tempo de caçar bruxas, o esgoto corre a céu aberto, graças à Polícia Federal e à mídia. Bom sinal, eis que o grande público consegue ter acesso em tempo real ao que acontece no Senado Federal, por exemplo. Não é mais só ver a novela das 8 que começa às 9h. Temos que analisar que a ética, moral, decência e justiça não fazem parte do cardápio daqueles comedores de pizza da maior Casa de Leis do país, que dormem inimigos e acordam amigos. Agora perfumaria. O pior de tudo é a volta da venda no lugar no céu. Não é de hoje que muitas igrejas falsas se aproveitam da fé das pessoas para ganhar dinheiro ou vantagens. Não é por acaso que sempre estão localizadas em lugares nobres e estão cheias de gente. Todos querem comprar o diploma outorgado por Deus ou ter seu lote celestial. A fé é medida por doações. Prova disso, tivemos com a explosão do escândalo envolvendo importante igreja do cenário nacional, que parece ter se aproveitado dos benefícios fiscais que Constituição Federal concedeu para montar um esquema mirabolante, envolvendo empresas no exterior para lavar em 05 países mais de R$ 300 milhões que foram recebidos dos fiéis, inclusive, comprando redes de comunicação. O que fica para nós, que ainda não compramos nosso passe para o céu, é a sensação de que somos pecadores ou estamos tomados por algum espírito do mau ao falar disso, pois não pagamos e tão pouco pegamos no copo com água às 6 da tarde, apenas temos o discernimento de separar o joio do trigo e constatar esse estelionato da fé.