No
último canto da consciência, bem lá no fundo, sou tangenciado pela
ideia que este mês de dezembro deve apresentar suas invisibilidades,
suas distâncias temporais, suas palavras sonoras para além da catedral.
Não faz parte do meu cotidiano ler poesia, mas caminhando no centro da
cidade, ao deparar-me com aqueles rostos de bronze, e seus dizeres para
além do espaço/tempo, que até parecia meio fora do lugar, ali bem no
meio da rua, fui arrancado da rotina para subverter as leis da natureza e
ler um pouco de poesia. O mundo realmente dá muitas voltas.
Talvez, seja uma estranha forma de bairrismo, mas trago neste inicio de dezembro, a poesia do conterrâneo Caio Fernando Abreu. Alento Quando nada mais houver, eu me erguerei cantando, saudando a vida com meu corpo de cavalo jovem. E numa louca corrida entregarei meu ser ao ser do Tempo e a minha voz à doce voz do vento. Despojado do que já não há solto no vazio do que ainda não veio, minha boca cantará cantos de alívio pelo que se foi, cantos de espera pelo que há de vir. Este filho ilustre da nossa Santiago, deve estar dando um sorriso maroto e conspirador, aquele que seus contemporâneos afirmam o transformar em um rebelde do seu tempo. Que nas festas deste mês, brindemos aqueles que dão suas caras a tapas, fazendo o melhor por Santiago... mesmo que seja com espumante nacional... |
Uma homenagem à liberdade do pensar, do sonhar e do construir a partir de fragmentos da realidade. "in via ad uistitiam".
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Espumante nacional
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