segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eleições da URI.



Interessante analisar o andamento do tempo. Sempre fui e sempre serei um pensador. E pela cobrança de muitas pessoas, vou dizer o que penso e o que vejo na eleição da URI, assim como vários já o fizeram, até por ter ajudado a construir essa universidade, seja com trabalho ou sofrimento gratuito. Ninguém faz nada sozinho. Então, posso deixar claro que hoje observo inveja, ganância, ignorância, arrogância, incompetência e principalmente desespero no que está posto em todo esse processo eleitoral.
Nada mais saudável que por a prova a democracia. As divergências sempre existiram e sempre existirão, até o fim dos dias. Isso não é coisa nova, ninguém é perfeito e todos têm o direito de pensar diferente e o que bem entendem. Agora não venham querer dizer que se precisa impor a totalidade dos votos para governar, 51% já são suficientes. Esse é o jogo democrático. A maioria vence a minoria e, eleição se ganha e se perde. Amanhã teremos outra e assim sucessivamente.
O que não acho nada salutar é querer menosprezar e ofender a história com um discurso vazio de mudança ou propostas demagógicas com o tripé educacional legal voltando a um passado inexistente. O tempo passa. O tempo voa.
Lembro muito bem quando foi criada a URI, não existia essa discórdia toda, pois ela não refletia praticamente nada em Santiago e região, hoje é diferente, pois se consolida como um ícone regional de desenvolvimento, seja pelo ensino, pesquisa ou extensão ou ainda pela geração renda. Bonito isso, não é?
Conclusão: quando a criança é feia, ranhenta, cagada e mijada, ninguém quer ajudar, muito menos ser o pai da criança. Bem, quando a criança completa maioridade e vira Dr., aparecem vários pais e centenas de pessoas para adotar o jovem promissor.
Então, não me venham dizer que a URI era ou é uma dinastia, pois ela nunca foi e nunca será, basta ler os estatutos e constatar que existem amplos espaços colegiados de discussão, vide o conselho de Campus. Além disso, não existe um dono da URI, ao contrário do que muita gente pensa. Para ser diretor basta se candidatar e vencer a eleição com o apoio da maioria. Isso não é dinastia.
Mais que isso, lembro muito bem que no passado ninguém sequer queria trabalhar na URI, inclusive, quem trabalhava era motivo de piada. Aliás, ninguém acreditava na criação de uma Universidade em Santiago (méritos do Grupo Tarefa – Liderados pela Prof. Ayda). Ser aluno da URI, era, no mínimo, feio. Hoje isso já começa a ser diferente. Todo mundo (mestres e doutores) quer trabalhar lá. Os egressos da URI são prestigiados no mercado de trabalho e sabem que devem valorizar sua universidade, afinal, ela lhe acompanhará para todo o sempre, seja pelas experiências vividas no campus ou pelo certificado outorgado (que será exigido para tudo e por todos na vida profissional).
Apenas para dar um exemplo, lembro do pessoal da Rádio Santiago (Jones Diniz) com um gravador daqueles com fita K-7 cobrindo o 1º vestibular de Santiago com um listão de pouco mais de cem nomes. Hoje só uma turma do direito tem quase isso de alunos. Tudo mudou. A URI é diferente, cresceu se desenvolveu, sobreviveu.
Contudo, por lógico que no passado a URI também enfrentava dificuldades, pois ainda estava se consolidando, hoje enfrenta dificuldades por já estar consolidada. No entanto, as dificuldades hoje enfrentadas somam-se com a concorrência das universidades estaduais que se proliferaram, das universidades não presenciais e ainda com picaretagem.
Infelizmente, a parte mais sensível do ser humano é o bolso e, como vivemos em uma região pobre, o pessoal não se importa muito onde vai estudar, mais sim com o quanto vai pagar e se vai poder pagar, afinal, como o mundo é cartorário, o que importa no final das contas é o título, nada mais, na visão de muitos.
O que existe então é uma grande inversão de valores, eis que as pessoas que não podem pagar estudam em universidades particulares/comunitárias e as pessoas que possuem uma melhor condição financeira estão nas universidades públicas, pois puderam se preparar melhor e passar com folga no vestibular mais concorrido.
Esse paradigma (problema social) é que cria o grande imbróglio para o ensino superior particular, pois na grande maioria, os alunos que estão nas particulares são guerreiros trabalhadores que, com muito suor e dificuldades, tentam o sonho de melhorar de vida através da educação superior e, muitas vezes, em um curso que não gostariam, mas é o que se pode pagar.
Mexer com esse sonho, faz brilhar os olhos de milhares de jovens que necessitam melhorar seu futuro e, prometer algo impossível é menosprezar a inteligência das pessoas. É verdadeira piada, para dizer o mínimo. Muito se pode fazer para melhorar.
Todavia, é bom que se venha para o real, se enfrente os problemas postos pelo passar do tempo com seriedade e competência:
O esvaziamento dos cursos de licenciatura não é algo novo é problema geral, não só da URI. Um baixo índice de aprovação no Exame de Ordem, também não esta ligado só ao ensino, mas sim no estudo do aluno e na dificuldade da prova que, cada vez está mais difícil. A inadimplência existe em todo o lugar, mais ainda quando falamos de ensino em uma região pobre. Tudo é prioridade, até a festinha e a cerveja, menos o estudo, basta ver o consumo de bebidas alcoólicas em nossa região. Ações trabalhistas é difícil um empregador que não tenha enfrentado uma. Então, não me venham com “choromelas”. Temos sim é que somar forças e fortalecer nossa Universidade, do contrário poderemos enfraquecer, ainda mais, nossa cidade e região.
Por fim, digo que a nossa Universidade precisa neste momento é de pessoas com visão e preparo acadêmico e conhecimento de URI para gerir com qualidade e competência o ensino superior, a pesquisa e a extensão nos próximos 4 anos, seja no Campus de Santiago ou em Erechim na Reitoria, pois as dificuldades serão muitas e a nossa URI precisa crescer para poder fazer frente aos concorrentes que trabalham com o dinheiro de todos nós (Público). Isso passa necessariamente pela escolha consciente de cada uma das pessoas aptas a votar no processo democrático da URI. Pense bem em quem votar.
Se eu Rodrigo Vontobel Rodrigues pudesse votar amanhã na eleição, mesmo tendo o grande amigo e competente contador Pinheiro em uma das Chapas, Votaria no Francisco Assis Gorski aqui em Santiago e em Luiz Mario Silveira Spinelli para Reitoria em Erechim, por acreditar que seus grupos estão com melhor preparo para os próximos anos. Isso é o que penso. E não tenho medo de dizer a quem quer que seja, até mesmo antes do resultado eleitoral. Cada um colhe aquilo que planta. Francisco e Spinelli sempre plantaram competência, união do Campus e reconhecimento pelos trabalhos na melhoria da vida acadêmica. Por isso acredito que são os melhores para URI nesse momento.

Nenhum comentário: