terça-feira, 2 de agosto de 2011

Papai Noel



Laranja: substantivo feminino. O fruto da laranjeira. Ou ainda, o indivíduo que, ciente ou não, tem seu nome e registro legais usado em transações, geralmente ilícitas, em benefício de terceiro, cuja identidade fica oculta.

O último significado da palavra, cada vez mais, vem assumindo o papel principal em nosso cotidiano. Num futuro não muito distante penso que teremos que trocar o nome da fruta. Não é exagero, basta olhar na televisão, na novela, nos jornais, nas capitais e no interior que sempre existe um sujeito alaranjado.

Verdadeiramente engraçado é que o “laranja”, na maioria das vezes, se diz injustiçado ou que nada sabia, sendo que na quase totalidade das negocitas envolvendo os nobres sujeitos da vitamina “C”, isso não é crível.

Entretanto, em algumas vezes, onde capatazes, domésticas, jardineiros e como no caso que estourou essa semana em Brasília, de pedreiro com cinco reais na carteira e oito milhões em conta, não há como não acreditar que essas pessoas realmente não sabiam de nada.

Agora, quando os casos envolvem empresários, emaranhado de empresas, sogras, amantes, companheiras, dinheiro público, desrespeito formal a lei de licitações, sofisticação no modus operandi, aí o buraco é mais em baixo, pois fica praticamente impossível acreditar em Papai Noel.

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