quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Oposição no PP




“Presidente do PP no Estado, o deputado estadual Jerônimo Goergen ganhou oposição formal à sua intenção de ser reeleito para a função, em maio.Ontem, em encontro do partido, o deputado federal Vilson Covatti defendeu que candidatos a deputado em 2010 não exerçam a presidência da sigla.Goergen deverá concorrer a deputado federal. Covatti diz que o presidente deve ter perfil de candidato a governador, para “ter isenção” nas negociações com as demais legendas.”

Esse foi o conteúdo de hoje da pág. 10 de ZH, diga-se de passagem, o espaço jornalístico escrito mais importante sobre política de todo o Rio Grande, que é capitaneado pela brilhante jornalista Rosane Oliveira.
Não poderia ficar sem comentar o assunto. Como diria o Ruy citando o Marcio Brasil, sou um homem ou um rato.
Falo de cadeira sobre os dois envolvidos nesse embate ideológico, eis que conheço pessoalmente as duas figuras.

Quanto ao Jerônimo:

Conheço o cara desde final de 2001 quando era um “piá” (26 anos): naquela época andava em uma cadeira de rodas, pois havia sofrido um acidente nessas andanças no RS. Era apenas presidente da Juventude do PP e ex-assessor do Pratini de Morais (ex-Ministro da Agricultura) o que já é alguma coisa em termos políticos, pois ele tinha o sonho de ser Dep. Estadual.
Fomos apresentados quando eu ainda pertencia ao PP, e junto com a juventude de Santiago, abraçamos sua campanha para deputado estadual em 2002.
Lembro muito bem de uma vez que estávamos recebendo ele no Posto do Nery e que um dos prefeitos da Região, negou-se até em conhecer (apertar as mãos) o rapaz (Jerônimo). Compramos uma briga com todos do partido que eram favoráveis unicamente em apoiar a candidatura do Dep. Marco Peixoto. Nós não! Ficamos marcados na paleta.
Foi assim, que com alguns poucos do Sindicato Rural, que também não apoiavam o Marco, lançamos o nome de Jerônimo, na esperança de melhorarmos a representatividade política da região. Não fizemos feio, unicamente em Santiago (quarto município em votos para ele), fizemos 832 votos, a juventude em peso aderiu o movimento. Dentro do Guapo Loco e na URI (jovens) só dava adesivo do jovem que queria ser deputado.
Graças a esses votos e outros pingados dos municípios vizinhos (responsabilidade da Juventude de Santiago), Jerônimo (desconhecido em nossa Região) se elegeu, pois do contrário Pedro Wetphalen, José Kirst ou Leila Feter, teriam tomado seu lugar, posto que os 4 estavam embolados na disputa por duas vagas.
Motivo pelo qual, ou não – Jerônimo Levou o então presidente da Juventude de Santiago - Kinho para ser seu assessor em Porto Alegre.
As bandeiras do jovem Deputado eram: o setor produtivo e logicamente os interesses dos jovens gaúchos.
Foi uma relação de amor que durou até as articulações das eleições de 2006, pois Jerônimo, pelo menos aqui em Santiago abandonou os jovens (inclusive eu) que o apoiaram, ficando apenas com o Sindicato Rural e figurões. Não gostei nem um pouco de sua atitude, até porque o existiam jovens que apoiaram seu nome que não tinham relação com a briga de Kinho e os produtores.
Mas tudo bem. São águas passadas. Todavia, parece que sua opção pelo setor produtivo (classista/ruralista) permanece até hoje.
Recebi em minha residência um informativo de suas ações, e nele apenas consta que fez isso e aquilo pelo agronegócio. Pergunto: o que fez ele pelos jovens? Quero receber notícias vinculadas a nós, pois sou um deles, e ajudei a construir sua caminhada quando não era ninguém. Hoje é muito fácil puxar o saco do Presidente Estadual do PP. Muitos que foram contra sua candidatura a deputado, hoje correm para tirar uma foto.
Vai ser um bom deputado federal. Mas tem que se preparar para brigar de foice com o Dep. Heinze. Os produtores estão satisfeitos com suas negociações de dívidas com o Governo Federal. Não há espaços (votos) dentro do PP para dois classistas. Lógico que deve estar contando com os votos dos JOVENS. Então está na hora de fazer novamente por merecer. O Pedro e Gustavo estão fazendo. No tempo do Apollos Neto jamais isso teria acontecido, passar publicamente através de informativo que nada fez pelos jovens ou trabalha só pelo setor primário. Inegável que está fazendo muito pelo seu partido e pelos produtores rurais. Mas só da para ser federal com os votos da gurizada. Não daqui de Santiago. Pois jamais poderia ter abandonado. Agora são todos do Marco. Basta analisar, com vários nomes importantes mais 3 ex-prefeitos fizeram apenas 1.005 votos. O Heinze fez mais de 16 mil. Tem que ir para região da produção mesmo, ou continuar como Dep. Estadual e presidente do PP. Governador já era.

Quanto ao Covatti:


Esse fiquei conhecendo em 2006 quando ficamos órfãos de Jerônimo, e como disse um Dep seu colega, “o Covatti é um elefante entre cristais”. Não tenho nada contra o cara, mesmo que ele também tenha abandonado a juventude de Santiago, eis que só aqui fizemos 705 votos para ele (1. 237 na região de nossa responsabilidade). Fomos busca-lo como outra opção de voto, já que o Heinze também é classista e não manda emendas parlamentares para vereadores. Só manda em seu nome e do prefeito (contentado todos). Não nós! Pois além de Kinho queríamos eleger outros vereadores e quem sabe até um deputado ou prefeito e só conseguiríamos isso trazendo recursos para cidade e região, além de muito trabalho, claro. Lógico que não conseguiríamos isso sozinhos, pois existem barreiras invisíveis, das pessoas que se acham donos da cidade. Mas essa era nossa intenção. Mesmo que o Covatti tenha nos abandonado, ele cumpriu com sua promessa e mandou para Santiago mais de 3 milhões de reais em seu primeiro ano. Só com isso já estava eleito mais um vereador da juventude, fortalecendo ainda mais o grupo. Pena que não podemos aproveitar, pois já tínhamos saído do PP. Além disso, já existia um novo dono da emenda. Segundo Heinze, quem teria mandado esse dinheiro para cá era ele. Não entro nessa briga de cachorro grande. Mas que ouvi junto com mais duas testemunhas o Covatti falar com o Ministro Márcio Fortes e ele confirmar que a emenda era dele. Isso eu ouvi. Então para mim, quem mandou o dinheiro foi o Deputado de 705 votos, não do de 16 mil.
Garanto que com o Chicão de assessor a coisa vai melhorar, pois não irá cometer esse tipo de gafe novamente, correndo riscos desnecessários.



Resumo: Dentro de uma agremiação partidária sempre vai haver oposição. Às vezes abertas, vezes fechadas. O interessante é jamais perder a ternura. Não querer agradar a todos. Ter posição. Não ser traíra. Não ser medroso e mentiroso. Devem-se manter os compromissos.


Conclusão: Acho que está certo o pensamento que o presidente do partido deve ficar o mais isento possível para negociar. Não deve querer ser candidato a Dep. Federal, nem a Governador como no caso em questão.

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