quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Porta de Igreja, fundos de cabaré.

Porta de igreja, fundos de cabaré.Ficou fora da agenda de discussão de todos os brasileiros, por ocasião da visita do Papa, o aumento de 28,5% que os deputados federais deram ao próprio salário. Logo em seguida, também não se pode debater o assunto, porque o que ecoava era operação “Furacão”, que evidenciou a podridão geral por trás dos jogos de azar em todo o território nacional. Quase em conjunto, veio a operação “Navalha”, que colocou em cheque a integridade do Judiciário. E agora, que poderíamos, em tese, debater o "quantum" que merece receber um parlamentar, estoura mais um escândalo, através da operação “Cheque-Mate”, que indica, inclusive, a participação do irmão do presidente em negócios obscuros.Pobre Brasil. Escândalo atrás de escândalo. Como forma de consolo, é nestas horas que devemos lembrar que somos um país relativamente novo, e que isto nos tira a identidade de brasileiros, pois antes de sermos filhos desta terra, somos italianos, alemães, poloneses, afros, gaúchos e etc. Talvez isto, é que deixa este governo tão forte e não faz o povo reivindicar o que dispõe a Constituição. Se em qualquer outro lugar do mundo, acontecesse uma seqüência igual de demonstrações de corrupção, no mínimo, teríamos uma revolta social e por conseqüência a substituição do presidente, mas parece que no Brasil, tudo segue uma ordem diferente e inversa, pois ele foi re-eleito com uma boa margem de votos.As palavras da vez, como foram no caso dos mensaleiros, são: não tenho conhecimento e impunidade. Está certo, o trabalhador trabalha, mas não pode deixar de ver que no Brasil seus filhos não têm lugar na universidade pública, que não existe emprego, que não existe saúde e que vivemos em uma verdadeira guerra civil, onde pessoas morrem por causa de balas perdidas e fuzis são disparados em plena luz do dia no meio de nossas casas.Falam as más línguas santistas, que o Rio Grande do Sul deve se juntar a Argentina e que somos um país a parte do Brasil, porém, salta aos olhos, que Brasília é uma nação a parte. Lá é um lugar melhor. Todo projetado. Lá, além de existir uma classe única, a exceção das prostitutas, que podem decidir quanto vão ganhar de salário, existe auxilio moradia, verba de gabinete, segurança particular, emprego para parentes e muito mais. Por este diapasão, se pode afirmar que precisamos urgentemente arrumar a nossa pátria, para deixarmos de ter a porta de igreja e os fundos de cabaré.

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