sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Filhos de Deus.



Esta semana mais uma vez vimos o horror da guerra invadir nossas casas sem pedir licença, porém desta vez não era um iraquiano, afegão, timorense ou americano que morria. Um brasileiro, que embora de renome, diplomata e membro das Nações Unidas, era na essência um patriota nato. A guerra deve ser uma preocupação geral de todos que tem amor à vida, pois ela nos violenta tanto fisicamente quanto moralmente, destruindo sonhos e amputando almas.
Esta era a bandeira desse brasileiro que segundo a informação do soldado que fez os primeiros socorros não perdeu a cordialidade nem em seus últimos momentos. Sérgio Vieira de Mello seu nome. Ele defendia a reconstrução e refundação da ordem, liberdade, e soberania iraquiana, para que aquele povo pudesse recuperar sua dignidade, humanidade e principalmente o direito a vida.
Direito este que lhe foi brutalmente e covardemente ceifado por um atentado terrorista, retirando talvez a melhor possibilidade de futuro daquele país, pois Sérgio já possuía grande experiência como pacificador, seja na Bósnia, Timor Leste, Camboja ou Kosovo na antiga Iugoslávia. Esta guerra do Iraque que foi dada como acabada, ainda continua fazendo vítimas, e pior, em número maior do que quando era oficial. Temos como exemplo as 22 duas pessoas que morreram junto com Sérgio, todas empenhadas na paz e na diminuição dos males feitos aos iraquianos.
Esse ato terrorista contra os representantes da ONU em Bagdá, foi no mínimo insano, pois esta entidade é a única a se opor contra Washington que é o verdadeiro inimigo iraquiano. Para se fazer uma guerra nos dias de hoje, basta apenas um país, mas para fazer a paz é necessário um esforço global. Aqui no Brasil temos uma guerra diária talvez mais brutal que essa e não por interesses e nem por bilhões e sim por um pedaço de pão.
Então, a paz, o que Sérgio tanto pregava, não deve ser somente semeada no calor da guerra ou em conflitos internacionais, devemos seguir seu exemplo, fazendo ela estar presente nas nossas ações diárias até mesmo face a face com a morte. Deus nos fez sua imagem e semelhança, assim todos somos capazes de fazer o bem e semear a paz, seja no que for, tornando-se um verdadeiro pacificador e assim ajudando a diminuir essa desigualdade gritante que existe entre as pessoas.
Portanto, antes de contradizer, discutir, não ajudar, destruir, humilhar, difamar, prejudicar mesmo que de forma omissiva, outro, gerando conflito, claro que sucessivamente cada um em seu grau, seja em uma briga de vizinhos ou entre chefes de Estado, pense e faça suas as palavras de São Francisco, abençoado sejam os pacificadores, porque esses serão chamados de, filhos de Deus.

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