Nossos olhos mais uma vez se voltam para o lugar onde é decidido o futuro do Brasil, o Congresso Nacional. Embora alguns já tenham me dito que o lugar onde tudo é decidido é um barzinho ali perto. Conversas à parte, não saem da pauta de debate dos deputados e senadores a reforma política. O que seria muito bom, não fossem as propostas que estão tomando conta da opinião da maioria dos parlamentares dos mais de 20 partidos. Os dois temas centrais são: a votação em listas fechadas e o financiamento público de campanha eleitoral. Explico: votação em lista é quando o eleitor vota apenas em um partido e não mais no candidato.
Cada partido formará uma lista de candidatos e, na eleição, a primeira vaga conquistada será ocupada pelo primeiro da lista e, assim por diante. Então, passaremos a votar unicamente em partidos. O financiamento público é a proibição de doações privadas nas campanhas políticas, para que depois não cobrem favores, ou seja, os candidatos irão fazer campanha com o seu dinheiro. Bonito! Não é?
Essa reforma mudará para pior o sistema eleitoral e apenas beneficiarão os caciques dos partidos que irão colocar seus cupinchas no topo da lista, evitando que o povo os puna quando não satisfeitos com seu desempenho. Além disso, o financiamento público iria ser mais uma maneira de gastar nosso dinheiro de forma inidônea e em nada iria diminuir as doações particulares - que continuariam sendo por fora, (caixa 2). Diante desse quadro, se pode concluir, mais uma vez, que o brasileiro vai pôr um nariz de palhaço.
Uma homenagem à liberdade do pensar, do sonhar e do construir a partir de fragmentos da realidade. "in via ad uistitiam".
domingo, 10 de maio de 2009
Nariz de palhaço
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Belas reflexões. Parabéns pela lucidez.
Postar um comentário